Humanização dos animais

Lis Moura

Hoje vamos tratar de um assunto, um tanto quanto delicado: A humanização dos animais. É cada vez mais crescente o número de animais de estimação, tratados como "bibelôs", como bebês. Mas, até quando isso é prejudicial ao animal?

Trazê-los para mais perto possível da forma em que seu dono vive, tratá-los como membros da família, chega a ser saudável. Especialistas temem o excesso, levando-os a perder a sua identidade, chegando ao ponto de não se reconhecerem, diante de um outro animal da sua própria espécie.

O mercado é crescente. Visando esse crescimento, as empresas têm oferecido cada vez mais serviços de ponta, como banhos terapêuticos em ôfuros, com direito a sais, essências calmantes, creches, hotéis que disponibilizam espaço e funcionários, para acompanhá-los, enquanto seus donos saem, para resolverem negócios.

Por conta de toda essa mudança na relação dono-animal, a grade curricular das escolas de veterinária sofreu mudança, acrescentando a disciplina bem-estar animal. O psicólogo dos animais, trata os desvios de conduta dos cães, decorrentes do excessivo tratamento de humanização.

Uma alerta vem sendo feito, com os cuidados que donos de animais devem ter, com relação a escolha dos serviços e produtos oferecidos pelos pet shops. Exageros como usar esmaltes, perfumes e outros produtos químicos, pois podem prejudicar o seu olfato, que é super apurado.

Foi observado também o isolamento que o animal de estimação "mimado", vem sofrendo. Ficou constatado, que por estarem sempre vestidos (bem vestidos), são impedidos de andarem no chão, sendo levados sempre no colo, ou em carros, afastando qualquer possibilidade de contato com outros animais "desnudos", impedindo assim uma interação entre eles.

O assunto é sério e vem acompanhado de controvérsias. Os donos de animais de estimação, defendem o uso de acessórios, vestuários, de toda linha "fashion", criada especialmente para seus bichinhos. Afirmam que eles merecem muito mais que isso, que devem sim, serem tratados como gente, pois sofrem das mesmas doenças que os chamados "humanos", tais como: colesterol, pressão alta, diabetes, pressão (alta-baixa), problemas renais, câncer e até mesmo depressão, e por isso devem serem levados a clínicas especializadas para se tratarem.

Mas, segundo especialistas, estas doenças que hoje acometem os animais de estimação, é fruto desta humanização pela qual estão passando. Justificam essa atitude dos donos, como uma forma de compensar uma perda, ou a total falta de confiabilidade pelo seu semelhante, transformando toda a sua dedicação, tempo e recursos financeiros naquele ser, que nada pede, nada exige e no entanto, permanece ao seu lado até a morte, não o abandona nunca.

E você, o que pensa dessa polêmica?